A água é um dos recursos mais valiosos do planeta, essencial para a vida e para a manutenção de ecossistemas saudáveis. Em lagos ornamentais e sistemas de piscicultura, a qualidade da água desempenha um papel fundamental na saúde dos peixes, no equilíbrio biológico e na estética do ambiente.
Monitorar os parâmetros da água regularmente é essencial para identificar contaminantes e evitar problemas como mortalidade de peixes, proliferação de algas indesejadas e queda na eficiência dos sistemas de tratamento.
Nesta matéria, vamos explorar a importância dos principais parâmetros, como medi-los corretamente e quais estratégias podem ser adotadas para melhorar a qualidade da água, tornando lagos ornamentais e sistemas de piscicultura mais saudáveis e sustentáveis.

Importância de manter os parâmetros equalizados
Manter os parâmetros da água dentro dos níveis ideais é essencial para a saúde e o equilíbrio dos lagos ornamentais e sistemas de piscicultura. Quando a água está bem equilibrada, os peixes vivem em um ambiente mais saudável, com menor risco de doenças e estresse, o que contribui para sua longevidade e bem-estar.
Além disso, parâmetros controlados ajudam a reduzir a geração de resíduos orgânicos, evitando o acúmulo de lodo e a proliferação excessiva de algas, mantendo a água limpa e com um aspecto mais agradável. Em lagos ornamentais, isso significa um ambiente mais bonito e cristalino; já na piscicultura, a qualidade da água impacta diretamente no crescimento e desenvolvimento dos peixes, melhorando a conversão alimentar e aumentando a produtividade.
Parâmetros da água e seus valores ideias
A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) estabelece diretrizes para a qualidade da água na piscicultura e que também podem ser considerados em lagos ornamentais. A seguir, exploramos esses principais parâmetros da água e sua influência no sistema aquático.
Temperatura: Impacto no Metabolismo dos Peixes
A temperatura da água influencia diretamente a taxa metabólica dos peixes, afetando seu crescimento, consumo de oxigênio e resistência a doenças. Espécies tropicais, como tilápia, pacu e tambaqui, apresentam melhor desenvolvimento em temperaturas entre 25°C e 32°C. Já peixes de lagos ornamentais, como kinguios preferem temperaturas entre 18°C e 24°C, e carpas entre 24°C e 28°C. Temperaturas abaixo ou acima desse intervalo podem desacelerar o metabolismo, reduzir a imunidade e comprometer a saúde dos peixes. Além disso, a temperatura influencia a solubilidade de gases na água, como o oxigênio, tornando essencial seu monitoramento.
Oxigênio Dissolvido: Essencial para a Vida Aquática
O oxigênio dissolvido (OD) é fundamental para a respiração dos peixes e outros organismos aquáticos. A concentração ideal para piscicultura e lagos ornamentais deve ser superior a 5 mg/L pois níveis baixos de OD comprometem a respiração dos peixes e favorecem o crescimento de bactérias anaeróbicas. A quantidade de OD na água pode ser influenciada por diversos fatores, como temperatura, fotossíntese do fitoplâncton e renovação da água. Em dias nublados, quando há menor incidência de luz solar, a produção de oxigênio pela fotossíntese diminui, podendo levar a níveis críticos. Sistemas de aeração, como aeradores e cascatas, ajudam a manter a oxigenação adequada.
pH: Controle do Equilíbrio Químico da Água
O pH indica a acidez ou alcalinidade da água e deve ser mantido entre 6,5 e 7,5 para garantir um ambiente estável. Fatores como a presença de fitoplâncton, renovação da água e composição do solo do lago influenciam diretamente o pH. Durante o dia, a fotossíntese reduz a concentração de CO₂ na água, elevando o pH, enquanto a respiração dos organismos pode reduzi-lo à noite. Monitorar esse parâmetro regularmente é essencial para evitar variações bruscas que possam prejudicar os peixes.
Alcalinidade: Estabilidade do pH e Fertilidade da Água
A alcalinidade representa a capacidade da água de neutralizar ácidos, ajudando a evitar oscilações bruscas no pH. Valores acima de 20 mg/L de carbonato de cálcio (CaCO₃) são considerados ideais para sistemas aquícolas.
Além de estabilizar o pH, a alcalinidade influencia a turbidez da água e a fertilidade do ambiente aquático. Em águas com baixa alcalinidade, a adubação para promover o crescimento do fitoplâncton é menos eficiente, comprometendo a cadeia alimentar dos peixes.

Amônia: Um dos Principais Resíduos Tóxicos
A amônia é um subproduto natural da excreção dos peixes e da decomposição de matéria orgânica. Na água, pode estar na forma ionizada (NH₄⁺), menos tóxica, ou na forma livre (NH₃), altamente tóxica. O pH e a temperatura determinam a predominância de cada forma e sua toxicidade aumenta em ambientes alcalinos (pH>8,0). Concentrações superiores a 0,01 mg/L de amônia livre podem afetar o crescimento dos peixes e aumentar sua suscetibilidade a doenças. A renovação da água e a presença de um bom sistema de filtragem biológica são fundamentais para manter esse parâmetro sob controle.
Nitrito: O Perigo Invisível
O nitrito (NO₂⁻) é um composto intermediário do ciclo do nitrogênio e pode ser altamente tóxico para os peixes. Ele interfere na capacidade do sangue de transportar oxigênio, causando um fenômeno conhecido como “doença do sangue marrom”.
Os sinais de intoxicação por nitrito incluem comportamento letárgico e dificuldades respiratórias, mesmo em águas com boa oxigenação. Para evitar sua acumulação, é essencial realizar trocas parciais de água regularmente e garantir a eficiência do filtro biológico.

Nitrato: O Que É e Como Ele Afeta a Qualidade da Água
O nitrato (NO₃⁻) é um composto resultante da oxidação do nitrito (NO₂⁻) no ciclo do nitrogênio. Em lagos ornamentais e sistemas de piscicultura, ele se acumula principalmente devido à decomposição de matéria orgânica, excreção dos peixes e excesso de ração. Embora seja menos tóxico que a amônia e o nitrito, altas concentrações de nitrato podem prejudicar o crescimento dos peixes, comprometer sua imunidade e favorecer o surgimento de algas indesejadas, causando eutrofização e turbidez na água. Os níveis ideais de nitrato variam conforme o sistema, mas, em geral, valores abaixo de 50 mg/L são recomendados para piscicultura, enquanto em lagos ornamentais é preferível mantê-los ainda mais baixos para evitar o crescimento excessivo de algas.
Ajustando a Temperatura
Quando a temperatura está acima do ideal, os peixes podem apresentar respiração acelerada, comportamento agitado e até boquejamento na superfície devido à menor solubilidade do oxigênio na água. Se a temperatura está muito baixa, os peixes se tornam letárgicos, reduzem sua alimentação e podem sofrer queda na imunidade, ficando mais suscetíveis a infecções. Para evitar oscilações prejudiciais:
- Sombras Naturais e Artificiais – Em lagos ornamentais e tanques de peixes, plantas aquáticas (como aguapé, alface d’água e vitória-régia) ou coberturas flutuantes ajudam a reduzir a exposição direta ao sol.
- Sistemas de Aeração – Aeradores e cascatas auxiliam na dissipação do calor e melhoram a oxigenação.
- Controle da Profundidade – Em piscicultura, viveiros mais profundos evitam variações bruscas de temperatura.
Aumentando o Oxigênio Dissolvido (OD)
Já a redução do oxigênio dissolvido faz com que os peixes fiquem ofegantes, nadando próximo à superfície em busca de ar, além de apresentarem comportamento mais lento e perda de apetite. Em casos mais graves, a falta de oxigênio pode levar ao estresse excessivo e até à mortalidade. Para aumentar a oxigenação:
- Aeração Mecânica – O uso de aeradores, fontes ou cascatas ajuda na dissolução do oxigênio na água.
- Trocas de Água – A introdução de água nova pode aumentar os níveis de oxigênio.
- Controle da Matéria Orgânica – Evitar excesso de ração e resíduos previne o consumo excessivo de OD por microrganismos decompositores.


Corrigindo o pH da Água
O pH influencia a toxicidade da amônia e o bem-estar dos peixes. Um pH muito baixo (ácido) pode causar irritação nas brânquias (dificultando a respiração), lesões na pele e dificuldade de natação, além de reduzir a capacidade dos peixes de absorver nutrientes. Já um pH muito alto (básico) pode levar a queimaduras químicas na pele e nas brânquias, causando estresse e até mortalidade. Para corrigir o desequilíbrio:
- Baixar o pH: Adicionar turfa, CO₂ controlado (no caso de piscicultores experientes) ou aumentar a circulação de água para dispersar o excesso de alcalinidade.
- Aumentar o pH: Aplicação de calcário agrícola ou bicarbonato de sódio em doses controladas, sempre realizando testes e cálculos de dosagem.
- Monitoramento Frequente: Medir o pH periodicamente, possibilita uma rápida correção e evita oscilações bruscas.
Aumentando a Alcalinidade
A baixa alcalinidade torna o pH instável, aumentando as oscilações bruscas que prejudicam os organismos aquáticos. Os sintomas mais comuns incluem comportamento agitado, mudanças na coloração, produção excessiva de muco e até letargia. Para elevar a alcalinidade:
- Aplicação de Calcário Agrícola – Corrige águas ácidas e melhora a capacidade tampão do sistema.
- Uso de Conchas Trituradas ou Dolomita – Liberam minerais gradualmente na água.
- Renovação de Água – Evita que a alcalinidade caia devido ao acúmulo de substâncias ácidas.
Reduzindo a Amônia na Água
A amônia pode ser tóxica para os peixes, causando estresse e doenças. Os sintomas de intoxicação podem ser respiração acelerada ou necessidade de respirar na superfície, letargia, perda de apetite, natação irregular e mudanças na coloração. Essa exposição causa lesões nas brânquias, inflamação dos olhos e hemorragias internas. Para reduzir seus níveis:
- Filtragem Biológica Eficiente – Promovem a colonização de bactérias nitrificantes que convertem amônia (NH₃) em nitrito (NO₂⁻) e, posteriormente, em nitrato (NO₃⁻), menos tóxico para os organismos aquáticos.
- Probióticos: a aplicação de probióticos como o Probvita pode ser considerado para acelerar a colonização e a eficiência dos biofiltros.
- Evitar Excesso de Ração – O desperdício de alimento contribui para a produção de amônia, já que sua decomposição libera compostos nitrogenados no ambiente aquático. Além disso, o excesso de matéria orgânica impulsiona o crescimento de bactérias decompositoras, que consome o oxigênio dissolvido e liberam nitrogênio na água, dificultando também o ciclo de nitrificação.
- Aumento da Aeração – Ajuda na dispersão da amônia e favorece a ação das bactérias nitrificantes.
- Trocas Parciais de Água – Reduz a concentração de amônia no sistema.
Controlando os Níveis de Nitrito e Nitrato
O nitrito, por sua vez, afeta a capacidade do sangue de transportar oxigênio, levando à “doença do sangue marrom” (foto a direita) onde os peixes apresentam respiração acelerada, fraqueza e, em casos graves, mortalidade. Já o nitrato, embora menos tóxico, pode estimular o aparecimento de algas e causar estresse crônico, prejudicando o crescimento e a reprodução dos peixes. Para controlá-los:
- Filtragem Biológica Ativa – Filtros contendo mídias específicas permitem a colonização de bactérias nitrificantes (Nitrosomonas e Nitrobacter), que convertem nitrito em nitrato.
- Trocas de Água Frequentes – A renovação parcial da água impede o acúmulo das substâncias tóxicas, mantendo o equilíbrio do sistema.



Manter a qualidade da água não é apenas uma questão técnica, mas sim a base para um ecossistema aquático equilibrado e saudável. Pequenos desequilíbrios podem desencadear grandes problemas, afetando a vida dos peixes, a aparência do lago e até a eficiência da produção aquícola. Com a biotecnologia certa, como o Probvita, é possível otimizar o tratamento da água de forma natural, reduzindo compostos tóxicos como amônia e nitrito, melhorando a transparência e favorecendo um ambiente mais estável.
Se você busca soluções eficientes para manter seu lago ou sistema de piscicultura sempre em equilíbrio, fale com a Vita Ambiente! Estamos aqui para ajudar e oferecer as melhores dicas!