O que é lodo? Lodo é descrito como um depósito composto por uma mistura de resíduos vegetais, materiais animais e partículas terrosas que se acumulam no fundo das águas e é o principal resíduo gerado nos processos de estações de tratamento de água, esgoto e efluentes.

Qual a composição do lodo? Sua composição inclui variados níveis de matéria orgânica, minerais, coloides e micro-organismos. Essas características são fundamentais para definir sua classificação e determinar o tratamento mais adequado para sua gestão eficiente e sustentável.

Lodo biológico de ETE desidratando ao sol após tratamento.

Lodo Biológico

Lodo biológico de ETE durante secagem.

Lodo biológico é o principal tipo de lodo nas estações e é formado durante o tratamento de efluentes domésticos e industriais. Sua composição varia entre matéria orgânica, minerais, micro-organismos e outros sedimentos.

Lodo químico úmido, floculado com polímero e adensado após tratamento em ETE,.

Lodo Químico

Lodo Químico floculado e adensado.

Lodo químico é o principal tipo de lodo nas estações e é formado durante o tratamento de efluentes domésticos e industriais. Sua composição varia entre matéria orgânica, minerais, micro-organismos e outros sedimentos.

Decantador em uma grande estação de tratamento de água.

Lodo Primário

Decantador de efluentes com Lodo Primário.

Lodo primário, também chamado como ’’lodo bruto” é formado na primeira etapa do tratamento de água convencional, sendo retirado dos decantadores primários. Costuma ser composto por sólidos sedimentáveis e micro-organismos.

Duas grandes lagoas de tratamento de efluente e lodo.

Lodo Ativado ou Secundário

Lagoas de tratamento de Lodo Ativado.

Lodo ativado ou secundário é gerado durante os processos biológicos em reatores, tanques de aeração e lagoas de tratamento, é formado por uma alta concentração de micro-organismos e biomassa residual da decomposição de matéria orgânica.

Porque é necessário tratar o lodo?

  1. Redução de volume: Diminuir a quantidade de resíduos facilita o manejo e torna o descarte menos prejudicial ao meio ambiente.
  2. Estabilização do resíduo: Minimizar a presença de patógenos e reduzir o potencial de putrefação, contribuindo para a saúde pública e a preservação ambiental.

Como tratar o lodo? O tratamento ideal vai variar de acordo com as características do sistema, volume de lodo, objetivo do tratamento, qualidade do efluente, entre outros.

Métodos de tratamento de Lodo:

Desidratação: Redução dos volumes de lodo.
O lodo é um resíduo com grandes concentrações de água, geralmente com apens 3% de sólidos e para tornar o lodo mais manejável para sua destinação final e a fim de reduzir os impactos ambientais, é realizada sua desidratação. Antes desse processo é comum o lodo passar por um tratamento preliminar, no qual são adicionados coagulantes e/ou floculantes para aglutinação da parte sólida em flocos maiores (para possibilitar a filtração da água), após essa etapa é feita a desidratação por equipamentos como o filtro prensa, centrífuga, leito de secagem ou os Bags também conhecidos como Bolsa Geotêxtil.

Os Bags Vita Ambiente são bolsas filtrantes desenvolvidas para a desidratação de lodos e resíduos, reduzindo significativamente o volume e os custos de descarte. Esses bags atuam como um sistema de separação sólido-líquido, permitindo a drenagem da água enquanto retêm os sólidos, otimizando o manejo de resíduos em diversos setores.

Compostagem: Uma alternativa ambiental
A compostagem do lodo é uma solução sustentável para reaproveitar esses resíduos orgânicos. O lodo biológico, rico em nutrientes como nitrogênio e fósforo é misturado a materiais estruturantes (como serragem ou restos vegetais) e submetido a decomposição. Além de reduzir o volume do resíduo, é uma forma de transformar o lodo em um recurso valioso. É importante garantir o controle dos contaminantes, evitando reaproveitar o resíduo que contenha metais pesados ou patógenos. 

Lodo Ativado: Tratamento eficiente para grandes estações
O processo de lodo ativado é uma das principais técnicas empregadas nas Estações de Tratamento de Efluentes (ETE). Esse método funciona através de um tanque de aeração, onde o lodo – composto por uma biomassa de micro-organismos – é mantido em constante movimento e em contato com oxigênio que é fornecido por difusores de ar a fim de garantir um ambiente aeróbio, essencial para a atividade dos micro-organismos que consomem a matéria orgânica transformando-a em outras substâncias mais simples, como na seguinte equação ilustrativa:

Galão de 5L de Probvita ao lado de duas grandes lagos de tratamento de efluentes.
Equação da decomposição da matéria orgânica através do processo de lodo ativado.

A eficiência do sistema de lodo ativado depende de fatores como a qualidade do efluente, a oxigenação fornecida e o equilíbrio da biomassa no tanque. Para potencializar o desempenho, pode-se adicionar um probiótico como o Probvita, biotecnologia avançada que combina micro-organismos eficientes e nutrientes. Ele acelera a biodegradação da matéria orgânica, reduz odores e contaminantes (como amônia, nitrito e nitrato) e promove maior estabilidade ao sistema, tornando o tratamento mais eficaz e sustentável.

Fogo na incineração de resíduos

Incineração: Solução controversa
A incineração do lodo é um processo que envolve a queima do resíduo a altas temperaturas (próximas aos 1.200 ºC) e transforma o material em cinzas, gases e calor. Embora esse método não exija tratamento preliminar e reduza significativamente o volume dos resíduos, a incineração gera diversos poluentes atmosféricos, como dioxinas, furanos e óxidos de nitrogênio que causam impactos extremamente negativos na qualidade do ar e no meio ambiente, além de ter altos custos operacionais.

Digestão Anaeróbia: Conversão do lodo em Biogás
É um processo realizado num tanque digestor controlado em que micro-organismos anaeróbios (aqueles que vivem sem oxigênio) decompõem a matéria orgânica presente no lodo, resultando na produção de biogás composto por metano e dióxido de carbono.  Após essa digestão o lodo residual é estável e tem pouco potencial contaminante, o que facilita sua destinação final.
Entretanto, a digestão anaeróbia exige tempo de retenção mais longo que outros processos, demanda um sistema tecnológico e rigoroso controle. 

Tipos de Destinação Final de Lodo:

Qual a destinação final adequada para o lodo tratado? Varia de acordo com a caracterização do lodo e por qual tratamento ele foi submetido. 

Utilização na Agricultura:
O lodo proveniente de Estações de Tratamento de Esgoto e processado pela compostagem ou pelos métodos de lodo ativado e desidratação podem se tornar fertilizantes agrícolas e biorremediadores de solos empobrecidos, desde que sejam analisados anteriormente para garantir que esteja estabilizado e que não há contaminantes como metais pesados e patógenos. Esse método é o mais importante quando se trata de processos sustentáveis e no Brasil esse uso era regulamentado pela Resolução CONAMA nº375/2006 mas que foi revogada em 2020 pela Resolução CONAMA nº 498/2020.

Resolução CONAMA nº 375/2006 
Estabelece critérios e procedimentos para o uso de lodo de esgoto sanitário em áreas agrícolas. Proíbe o uso de lodo de esgoto em pastagens, cultivo de olerícolas, tubérculos e raízes, e culturas inundadas. 

Resolução CONAMA nº 498/2020. 
Define critérios e restrições para o uso de biossólido, que é o lodo de esgoto sanitário tratado que atende a critérios microbiológicos e químicos. O biossólido é classificado em Classe A ou B, dependendo da concentração de Escherichia coli e de substâncias químicas. A Classe A é permitida para cultivo de alimentos consumidos crus, pastagens e forrageiras. 

Aterro sanitário sendo coberto por maquina amarela.

Aterro Sanitário:
É a forma de descarte final mais adotada atualmente e consiste na disposição do lodo previamente desidratado e/ou estabilizado em células impermeabilizadas e então cobertas regularmente com camadas de solo e outros materiais impermeáveis.
Essas áreas possuem sistema de controle de gases e monitoramento para minimizar os riscos de poluição, entretanto, essa prática ainda pode causar problemas ambientais como a contaminação do lençol freático (mesmo com a impermeabilização das células), emissão de gases tóxicos na atmosfera, acúmulo de metais pesados e a desestabilização do solo no aterro. 

Potes e vasos de argila.

Lodo na Fabricação de Cimento e Cerâmica:
É uma alternativa sustentável que aproveita os resíduos e os transforma em matéria-prima, promovendo a economia circular.
Na produção de cimento, o resíduo desidratado pode ser utilizado como combustível nos fornos ou como matéria-prima, substituindo parcialmente teores de areia através da adição mineral de cinzas de lodo. Além disso, na indústria cerâmica, o lodo tratado pode ser incorporado à composição de argilas para fabricação de tijolos, já que o lodo contribui com propriedades plásticas e minerais que melhoram a moldagem e resistência do material. 

A sustentabilidade ambiental na gestão de resíduos sólidos possibilita a destinação adequada, promovendo o reuso e reciclagem, além de diminuir o desperdício gerado na cadeia de produção. 

Conte conosco da Vita Ambiente para transformar resíduos em soluções e cuidar do meio ambiente com eficiência e responsabilidade. 

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Tatiana Evangelista
Tatiana Evangelista
8 meses atrás

Ótimo matéria!
Muito esclarecedora, mim auxiliou muito

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